Quando
procurar um psiquiatra?
Em primeiro lugar é necessário diferenciar o
normal do patológico, do doente. As pessoas são todas diferentes umas das outras
e cada qual tem sua característica pessoal de temperamento, aptidões, defeitos,
inteligência, etc. Existem comportamentos que são normais em uma cultura
e considerados bizzaros em outra. Ou seja, o normal e o patológico dependem
também da cultura onde se vive. Alguns comportamentos são normais em
determinada fase da vida, mas se persistem são considerados patológicos. Outros
comportamentos são normais quando ocorrem em uma determinada intensidade e
doentios quando são tão freqüentes que chegam a causar problemas.
Então, quando é que um comportamento ou sentimento
passa dos limites da normalidade e merece ser examinado por um psiquiatra? De
modo muito resumido, pois somente a entrevista psiquiátrica é capaz de levar a
um diagnóstico, citarei aqui alguns “indícios” de que um comportamento pode não
ser normal.
1- Sofrimento: se a
pessoa sofre isso pode ser um sinal de que algo não vai bem. No entanto, o
sofrimento também é parte normal da vida. Sofremos quando nosso cachorro morre,
quando repetimos o ano na escola, quando somos rejeitados por quem amamos etc..
Se sofrer é normal, qual o limite?
2- Duração do
problema: se alguém amado morre, é normal ficar triste. Mas por quanto tempo?
Dias, semanas, meses ou anos? O processo de luto pode variar mais ou menos de
acordo com a pessoa, mas em geral se estipula que até um ano seria razoável
sofrer a perda de alguém amado. Isso quer dizer que se faz 10 anos que meu pai
faleceu e eu ainda sofro por isso, sou anormal? Não, pois não só o tempo define
o caráter patológico, é necessário ver também o quanto isso interfere na vida
cotidiana.
3- Interferência no
cotidiano: voltando ao exemplo do luto-se meu pai faleceu há 3 dias e eu não
consigo sair da cama de tão triste, isso é anormal? Não necessariamente, mas de
fato precisamos cuidar de alguém nessa situação. No entanto, se o ente
querido faleceu há mais de 4 meses e a pessoa não consegue trabalhar, não
consegue se divertir, não vê mais graça na vida, aí sim, podemos estar diante
de uma tristeza patológica, uma depressão (ou um luto complicado).
De modo simplista, podemos dizer que se a
qualidade da emoção, do sentimento, do comportamento etc. for exagerado,
absurdo, não compatível com a situação e alem disso interferir no cotidiano e
no funcionamento ou qualidade de vida ou tiver uma duração além do esperado, há
grande chance de que a pessoa enfrentando essa situação seria beneficiada por
uma avaliação psiquiátrica.
O Vídeo abaixo busca desmistificar a psiquiatria e o psiquiatra:
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